domingo, 16 de setembro de 2012

 
 
vê-se nas colinas
o que há muito não se via
muitas folhas novas
 
cuidadosamente eu ando
sob a chuva do caminho
 
 
**
 
 
após o jantar
penso em descansar na rede
sentindo este vento
 
saudades do seu olhar
na brilhante lua cheia
 
 
**
 
 
luar de primavera
sentindo o vento no rosto
adormeço só
 
e só o tempo me fará
sentir o que eu sentia antes
 
 
 

 
 
entre suas mãos
todas estrelas do céu
queria eu ser estrela
 
apodera-se de nós
a solidão das palavras
 
 
**
 
 
hoje o entardecer
sobre as imensas montanhas
já é tudo névoa
 
vem a noite e com ela o frio
que nos aproxima mais
 
 
**
 
 
como se fosse além
dos sentidos dos sentidos
lua alba em meus sonhos
 
recita uma valsa tensa
a silhueta do cipreste
 
 
 

 
 
fio a fio
o tear entardece minhas unhas
ao som da garoa
 
tudo o que me resta agora
é a silhueta das montanhas
 
 
**
 
 
pela manhãzinha
encontro em minha varanda
os velhos prazeres
 
através do vidro sujo
seu olhar vai me seguindo
 
 
**
 
 
uma borboleta
sonhando em círculos sai
do bambuzal
 
em seu rosto atormentado
a solidão não bate asas