e agora o crepúsculo
sobre um jardim de crisântemos
deitado de bruços
ali já desaparece
um homem e seu instante
**
a lua minguante
na tarde de céu profundo
contra meu espelho
vejo um véu de brancas luzes
atrás do biombo de nácar
**
silêncio de pedra -
no espelho d’água à deriva
cresce o nenúfar
entre rumores de pássaros
sonharemos este lodo
**
mar de primavera -
aqui a vida se acumula
nada ou quase pouco
num pântano de agonia
sob estrelas dormirei
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