com tijolos de barro
o pedreiro e o servente encobrem
o sol desta tarde
começa a escurecer
o céu sobre a cidade
**
ao frio da estação
junta argamassa o pedreiro
com as mãos empedradas
no jardim abandonado
as gérberas florescem
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roupas no varal
secam ao sol da manhã
os galhos da amora
as nuvens lentamente
encobrem todo o jardim
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no jardim japonês
tendo a flor como suporte
esta borboleta
mesmo por pouco tempo
contemplo toda solidão
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andorinhas-do-mar
sobre os barcos atracados
em minha fotografia
na mais profunda solidão
um périplo de imagens
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nesse papel
após o ribombar do trovão
o crepúsculo jorra
o olhar transcende
a cortina da janela
**
à deriva o olhar
do pássaro sobre os ramos
em silêncio se faz
é preciso ouvir o ruído
que há dentro de nós
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