quarta-feira, 27 de junho de 2012



a lua impede
o sono das estrelas
que contemplo

a noite é solidão
no tufo de grama


**


trevas ao meio-dia –
o alvoroço voraz
da cigarra

entre a violeta e o girassol
tormenta crescente


**


seixos rolados:
fio d’água empedra
o olhar da libélula

a noite inteira esperei
aqui por ela


**


sopro de vida –
o céu atenua
qualquer estrela

o mar de ardósia
cobre toda a areia


**


céu nácar –
a gérbera é o equilíbrio
do colibri ?

lacraias de seda
atrás do biombo


**


álacre vôo
da borboleta –
no bambuzal

o canto do rouxinol
assola o girino


**


lanterna de resina –
fita alegria no céu
a pálpebra púrpura

numa ciranda plumária
a noite se esquiva


**


ramagens –
filigranas de prata
parpadeando o céu

uma mínima lua
é quase nada ?


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