sob os jambolões
à sombra de todos eles
meu carro imóvel
sobre as folhas espalhadas
descarrego minhas coisas
**
não há refúgio onde
eu possa me recolher
sem ser perturbado ?
o vento sopra do oeste
e a tempestade está próxima
**
na varanda fria
da velha casa de praia
meu rosto envelhecido
atormentam minha tarde
as velhas recordações
**
ocaso de inverno -
na vastidão de outros tempos
a calma dos dias
nunca me esquecerei
da solidão que a névoa traz
**
a lua para mim
já se mostra na varanda
e eu tento abraçá-la
não sonho profundamente
nesta madrugada fria
**
ervas no orvalho –
é o inverno chegando cada
vez mais extremo
como eu posso não ter visto
o verso em seu coração ?
**
três anos se passaram
e a cada inverno ainda
muitas recordações
no amanhecer enevoado
não consigo ver o céu
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