quinta-feira, 28 de junho de 2012




sob os jambolões
à sombra de todos eles
meu carro imóvel

sobre as folhas espalhadas
descarrego minhas coisas


**


não há refúgio onde
eu possa me recolher
sem ser perturbado ?

o vento sopra do oeste
e a tempestade está próxima


**


na varanda fria
da velha casa de praia
meu rosto envelhecido

atormentam minha tarde
as velhas recordações


**


ocaso de inverno -
na vastidão de outros tempos
a calma dos dias

nunca me esquecerei
da solidão que a névoa traz


**


a lua para mim
já se mostra na varanda
e eu tento abraçá-la

não sonho profundamente
nesta madrugada fria


**


ervas no orvalho –
é o inverno chegando cada
vez mais extremo

como eu posso não ter visto
o verso em seu coração ?


**


três anos se passaram
e a cada inverno ainda 
muitas recordações

no amanhecer enevoado
não consigo ver o céu



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